domingo, 8 de janeiro de 2012

Carbonífero

                                                    
Na escala de tempo geológico, o Carbonífero ou Carbónico é o período da era Paleozóica do éon Fanerozóico que está compreendido entre 359 milhões e 245 milhões de anos atrás, aproximadamente. O período Carbonífero sucede o período Devoniano e precede o período Permiano, ambos de sua era. O nome é devido à ocorrência de vastas camadas de carvão, que se extendem pela Europa do norte, Ásia e América do Norte.

O “carbonífero“ pode ser decomposto em Mississipiano (carbonífero inferior) e Pensilvaniano (carbonífero superior) nos Estados Unidos. Este sistema foi adotado para distinguir na maior parte como camadas de carvão que fazem parte do Pensilvaniano e a de rochas calcárias o Mississipiano.

    O período de Pensilvaniano é identificado pelas grandes jazidas de carvão que existem no mundo datadas desta época. Os fósseis de vida marinha caracterizam o período Mississipiano.


No Carbonífero Inferior:
    - em termos geotectônicos, no início do Carbonífero havia tres grandes blocos continentais: Laurasia (América do Norte, Groenlândia e Oeste da Europa), Sibéria (leste da Europa e leste da Ásia) e Gondwana (América do Sul, África, Índia, Antártica e Austrália).
    - o clima era quente e húmido, foi marcado por um aumento do nível dos oceanos, que alagou muitas terras baixas criando mares litorâneos rasos.
    - predominam sedimentos marinhos. Calcários biogênicos são típicos, com abundantes fósseis de crinóides e braquiópodes, e muitos recifes de corais.
                                                                             Carbonífero inferior







No Carbonífero Superior:
     - predominam sedimentos fluvio-lacustrinos.
     - a fauna típica consiste, basicamente, de moluscos de água doce, peixes e raros anfíbios, bem como as primeiras evidências de répteis.
     - a flora era expressiva, e consistia, predominantemente, de plantas vascularizadas, semelhantes à samambaias, que chegavam a 20 metros de altura. Essa abundância de plantas transformou o Carbonífero num período importante em termos econômicos, já que comporta, a grande maioria  das reservas mundiais de carvão e importantes depósitos de petróleo e xisto betuminoso.
     - Esses três blocos: Laurasia (América do Norte, Groenlândia e Oeste da Europa), Sibéria (leste da Europa e leste da Ásia) e Gondwana (América do Sul, África, Índia, Antártica e Austrália), que se moviam em rota e colisão,  no final do período já estavam amalgamados, constituido o supercontinente Pangea.

 
Nesse cenário de amalgamação de terrenos, a colisão entre Laurasia e Gondwana gerou as orogenias Herciniana (ou Variscana), que afetou as ilhas britânicas e o oeste da Europa, e Apalachiana, na América do Norte.
A colisão da Sibéria com Laurentia gerou a orogenia Uraliana.
No bloco Gondwana ocorria uma extensa glaciação, que foi responsável pelas baixas taxas de sedimentação observada na primeira metade desse período (Caputo & Cromwell, 1985).
 
Apesar do predomínio de rochas sedimentares, algumas regiões apresentam evidências de vulcanismo, como por exemplo Inglaterra e leste da Austrália.


                                          grandes florestas do carbonifero superior




Um dos aspectos marcantes do Carbonifero foi a proliferação das florestas e de novas formas de vida vegetal, Entre os principais gêneros fósseis botânicos do Carbonífero podemos destacar Calamites, Lepidodendron e Sigillaria. Em relação a fauna, dentre os animais, se destaca a extinção total dos graptólitos e dos peixes mais primitivos (como os placodermos, por exemplo). O período também merece destaque pela proliferação dos animais terrestres, com grande variedade de artrópodes e anfíbios, além do surgimento dos primeiros répteis (os primeiros vertebrados totalmente terrestres a surgir em nosso planeta) e dos primeiros animais com a capacidade de voar (insetos, muitos deles semelhantes a libélulas). Ainda falando de artrópodes, merece destacar o grande tamanho de alguns (como, por exemplo, Arthropleura e Archimylacris) comparado com os atuais, segundo crêem os cientistas, tal gigantismo destas criaturas seria consequência de uma maior porcentagem de oxigênio na atmosfera do período (sendo que se considera que os níveis de oxigênio na atmosfera naquele período superava os 35%, contra cerca de 21% da atualidade).



fontes consultadas:

Parker, S.P. - 1988 - McGraw-Hill Encyclopedia of the Geological Sciences, 2nd ed. McGraw-Hill, New York, 722p.
http://pt.wikipedia.org 
Park, R.G. 1988. Geological Structures and Moving Plates. Blackie & Son Ltd., London, 337p. 

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