domingo, 8 de janeiro de 2012

 ESTRATIGRAFIA SÍSMICA
 Definição - Sismoestratigrafia, ou estratigrafia sísmica, é o estudo de sucessões estratigráficas através dos métodos sísmicos de prospecção.
Compreende a interpretação de refletores sísmicos e conjuntos de refletores sísmicos em secções ou blocos tridimensionais, ou seja, a Estratigrafia Sísmica é básicamente uma abordagem geológica para a interpretação estratigráfica de dados sísmicos.
As reflexões sísmicas  são geradas por superfícies física nas rochas, consistindo principalmente os estratos e superfícies de disconformidades com  contrastes de características físicas. No entanto, as litofácies e as litologias podem não ser determinados directamente a partir do geometria de padrões de reflexão.

• Para atingir esses objetivos geológicos deve seguir três etapas de interpretação procedimento:
- 1 análise da sequência sísmica
- 2 de análise de fácies sísmicas
- Análise de 3 de mudanças relativas do nível do mar

• análise da sequência sísmica é baseada na identificação das unidades estratigráficas composto por uma sucessão de estratos geneticamente relacionados denominado sequência deposicional.
• Os limites superior e inferior do sequências deposicionais são disconformidades ou suas conformidades correlativas.

                                           A revolução da estratigrafia de seqüências
 Antes:
           – preocupação com designações formais e com a aplicação dos códigos de nomenclatura.
Grande contraste entre os rápidos avanços da sedimentologia e do entendimento sobre a origem de bacias (tectônica de placas) e a ausência de modelos estratigráficos na escala de preenchimento de bacia. “Estratigrafia de camadas de bolo”.
Implicações dessa defasagem na geologia do petróleo: o modelo de camadas horizontais era insatisfatório em muitos casos, problemas de correlação.
 Depois:
           - com as evidências das secções sísmicas o problema foi revelado com clareza. Os padrões dos refletores mostravam geometrias e arranjos de camadas que eram relacionados aos sistema deposicionais (interpretados a partir de dados de poços) e também padrões de grande escala resultantes de eventos de progradação, agradação ou retrogradação. Criaram-se, então, modelos para explicar os padrões observados.
Demonstrou-se que a sobreposição de sucessões depositadas em diferentes ambientes pode ser explicada pela acção conjunta de factores externos, como taxa de  subsidência, aporte sedimentar e eustasia.






                                                                          Sísmica 3D
A partir dos anos de 1970, avanços na capacidade de armazenamento e processamento de dados sísmicos permitiram o desenvolvimento da sísmica 3d.
Arranjos de geo/hidrofones que recebem a resposta de refletores em uma faixa com largura determinada, e não apenas de uma seção bidimensional.
Esse técnica permite a interpretação de corpos tridimensionais de rochas, e possibilita a representação de seções em qualquer direção desejada, incluindo cortes horizontais (mapas sísmicos), além de mapas de contorno de superfícies específicas.
                              Exemplo de corte horizontal de bloco sísmico 3D mostrando canal.



                                                                          ARTIGO
Estratigrafia sísmica do Cenozóico na plataforma continental  algarvia: interpretação do controle tectónico da sedimentação  interpretação do controle tectónico da sedimentação
Seismic stratigraphy o/lhe Cenozoic in the Algarve continental platform: tectonic controI of lhe sedimentation
                                                    Fernando C. Lopes & P. Proença Cunha
Centro de Geocências da Univ. Coimbra; D.C.T., Fac. Ciências Tecn. Univ. Coimbra, 3000.272 Coimbra, Portugal; Prog. PRAXIS XXI - Proj. EPROMAP &: Proj. n- 313 .lfCEG/2619I9S; fcarl os@ci.uc::.pt;pcunha @ci.uc.pt.

Resumo
A interpretação de 64 perfis de reflexão sísmica na plataforma continental algarvia (paralelos 36° 20',37° 00' e meridianos 7° 20'-8° 40') calibrados com cinco sondagens profundas, com a identificação de seis unidades sísmicas cenozóicas (8 'a G) e das suas relações com estruturas tectónicas, pennitiu a construção de sucessivas cartas de isópacas (tdls) e a interprctação ponnenorizada da evolução geológica. Foram identificadas duas estruturas geológicas principais: a) a zona de fractura de Portimão-Monchique (deorientação N-S); b) o provável prolongamento para "off-shore" da fa lha de S. Marcos-Quarteira (com orientação NW-SE). Este acidente separa dois domínios tectónicos: o ocidental (onde predominam estruturas N-S, E-W e, secundariamente, NW-SE e NESW)
e o oriental (onde predominam estruturas WSW-ENE, NW-SE, NE-SW, NNE-SSW e NNW-SSE). A persistente actividade halocinética intensificou-se em dois momentos: a) sin-unidade C; b) sin- e pós-unidade E. Verificou-sc crescente flexuração da margem, com variação espacial e temporal da subsidência. Considera-se o regime tectónico como geralmente compressivo, mas a interpretação dos sucessivos campos de tensão é dificultada pcla existência de sub-domínios tectónicos e de estruturas evaporiticas.

       Problemas e/ou dificuldades principais:
 A distinção das unidades do soco acústico revelou-se mais dificil, quer devido à má qualidade de resolução a esse nível, quer pelo facto de tais unidades serem constituídas por formações muito difractantes ou mal estratificadas e que aparentam estar muito deformadas. Os seus reflectores. por vezes de forte amplitude, são descontínuos e frequentemente inclinados. O facto das sondagens estarem posicionadas em locais estruturalmente elevados levou a que, nas zonas mais afastadas, a
identificação e datação dessas unidades fosse feita com base na comparação das suas assinaturas sísmicas e grande parte das suas espessuras fossem obtidas recorrendo a critérios geométricos. A unidade mais recente identificada no soco acústico foi designada por B, sendo limitada a muro por um reflector designado por H 6. Das cinco sondagens existentes, apenas Algarve-2 não atravessa unidade A (Mesozóico). Não ,se conseguiu identificar o soco Paleoz6ico, embora se assinale a sua presença no
Banco do Guadalquivir, situado na extremidade sul da região (Baldy, 1977; Mougenot et aI., 1979).

e) Conclusões
    Durante o Cenozóico, a região estudada esteve controlada por dois importantes acidentes tectónicos:
I) a zona de fractura de Portimão-Monchique, de orientação N-S e com expressão topográfica (Canhão de Portimão), constituindo o limite tectónico ocidental da área;
2) o prolongamento para "off-shore" da falha de S. Marcos Quarteira, com orientação NW-SE e que divide a região em dois dominios tectonicamente distintos: o ocidental, onde predominam os alinhamentos tectónicos N-S, E-We, secundariamente, NW-SE e NE-SW; o oriental, mais abatido, onde se identificam significativos alinhamentos   WSW-ENE, NW-SE, NE-SW, NNE-SSW e NNW-SSE
    A actividade haloeinética, persistente, experimentou intensificação em dois momentos:
I) sin-unidade C, com a formação, no domínio ocidental, de grandes cristas evaporiticas orientadas N-S e E-W, e no dominio oriental, de estruturas evaporiticas associadas aos cavalgamentos WSW-ENE;
2) sin- e pós-unidade E., com o slibito e intenso crescimento das estruturas evaporiticas já existentes e
implantação de domos evaporiticos. Com a crescente flexuração da margem, verificou-se
variação espacial e temporal da subsidência; em geral, a subsidência incrementa para unidades mais recentes, com maiores valores no domínio oriental da região.
O regime tectónico passou de distensivo (predominante?) sin-unidade A (Mesozóico), a geralmente compressivo sin-unidades B a G (Cretácico final a Cenozóico). Contudo, neste segundo regime inferiu-se uma evolução na magnitude e orientação da compressão  máxima: sin-unidade B, a orientação foi N-S, o que provavelmente também se ajusta com o documentado Ciências da Terra (UNL), 14 soerguimento do Banco do Guadalquivir no limite sul da região estudada, durante o Cretácico final (Malod, 1982; Mougenot, 1989); sin-unidade C, o regime tectónico terá sido moderadamente compressivo, orientado NNW-SSE, a distensivo N-S. No dominio oriental, o basculamento da margem para sul terá provocado deslizamentos regionais sin-sedimentares para sul ou sudeste, ao longo da margem, sobre o Liásico evaporitico, induzindo um compensatório relaxamento local do regime compressivo; sin-unidade D, a orientação da compressão máxima terá rodado de WNW-ESE a NE-SW; sin-unidade E, a orientação da compressão máxima terá sido NW-SE no domínio oriental, mas NE-SW no domínio ocidental; sin-unidades F e G, a orientação foi NNW-SSE. O regime tectónico foi intensamente compressivo: pós-unidade B e ante-unidade C, conduzindo ao levantamento e basculamento da margem e expressando-se por uma forte discordância regional ( reflector H5); sin-unidade E, acentuando a flexuração da margem, com basculamento
para sul do sector setentrional e para norte do sector meridional (soerguimento do Banco de Guadalquivir). Não obstante estas características gerais para a região estudada, a existência de sub-dominios tectónicos (cujos limites são importantes zonas de falha), que se expressam
por diferentes jogos de blocos em tracção e compressão local, e de estruturas evaporíticas, complica a interpretação das respectivas variações espaciais e temporais do campo de tensões. Esta coexistência, durante o Miocénico, de áreas adjacentes em tracção e compressão, que também ocorre em outras regiões do Golfo de Câdis, poderá reflectir a migração para ocidente da frente montanhosa do Arco de Gibraltar (Sanz de Galdeano, 1990; Maldonado et aI., 1999).

Fontes consultadas:
- http://geology.uprm.edu
- cienciasdaterra.com
- http://www.igc.usp.br

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